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27 de outubro de 2021

A borralheirar

Para quem tem o hábito saudavel da fazer pela nossa freguesia a sua caminhada ao princípio da noite, por estes dias em certos locais terá que passar com dificuldades respiratórias tal é a quantidade de borralheiras a fumegar nos campos e quintais. Com o tempo mais fresco e o ar mais pessado, o fumo não sobe e espalha-se pelos lugares a envolver ruas e casas e em certos locais chega mesmo a intoxicar, como ainda ontem no lugar das Quintães e na Segunda-Feira no lugar de Casaldaça.

A freguesia está, pois, a borralheirar. Ainda com velhos e maus hábitos, a maioria desconhece ou ignora o conceito de compostagem ou de depositar os resíduos vegetais das limpezas da hortas e quintais nos locais adequados. No mínimo dá trabalho e é sempre mais fácil acender um fósforo e deixar a vizinhança a respirar fumo, como presuntos ou salpicões. Afinal o ditado diz que o fumo conserva.

Neste contexto de hábitos ancestrais, ainda há muito caminho a percorrer e muita borralheira para fumegar.

25 de outubro de 2021

O Ivaucher é uma caca


Digamos que, como somos pessoas educadas e civilizadas, o processo do Ivaucher "é uma merda". Já era "uma merda" e agora com a cena dos descontos nos combustíveis, é "uma merda maior". De resto mesmo tentando a adesão, e desde logo sendo certa a dificuldade a muitos que sofrem inaptidão ao uso de tecnologias, para além de obrigatoriedade de ter telemóvel e cartão de débito, por estes dias, e desde o anúncio por parte do Governo, tem sido impossível a adesão, nunca chegando o SMS do código de confirmação.

O jornalista da RTP José Rodrigues dos Santos há dias ainda questionou o membro do Governo que ali estava para dar esclarecimentos do funcionamento desta geringonça, se não seria mais fácil permitir o abaixamento directo de modo a reflectir o desconto, mas ele foi contornando a pergunta e respondendo enviesadamente, disfarçando ou relevando a complexidade da coisa e da pouca universalidade de acesso ao desconto previsto. Para além do mais, não garantiu a adesão de todos os operadores do sector da venda de combustíveis, o que significa que poderemos ter que ir abastecer só em determinados postos aderentes.

Enfim, coisas para enganar tolos, numa espécie de pista de saltos de cavalo com os obstáculos montados prepositadamente para nem todos os conseguirem transpor e com isso pouparem uns tostões. Dito de outra forma, um percurso com muitas cascas de banana espalhadas.

Portanto, o veredicto: "O Ivaucher é mesmo uma valente merda".

21 de outubro de 2021

Omissões...

A lei, dizem, é omissa. Pois, pois, é omissa porque é feita (ou não) precisamente por quem beneficia da omissão. 

Isto a propósito de, passado quase um mês após a realização das eleições autárquicas, em 26 de Setembro último, recorde-se, ainda estarem por aí plantados cartazes e outdoors da campanha eleitoral, um deles esparramado junto à rotunda da Cruz de Ferro, com os então candidatos à Câmara e à Assembleia de Freguesia, pelo PSD, a prometerem "Juntos vamos fazer obra". Por conseguinte, a ter em conta os resultados, faria sentido que fosse logo retirado no dia seguinte às eleições.

A tal lei que dizem omissa quanto aos prazos e obrigatoriedade de retirada dos mesmos elementos de campanha que teimam em manter-se firmes e hirtos, é mesmo omissa e permite caricatamente estes episódios fora de prazo.

Ora os partidos e as forças concorrentes responsáveis por essa publicidade política deveriam ser obrigados, no prazo mínimo de uma semana, vá lá, duas, a retirar do espaço público esses elementos sob pena de pesadas coimas. Mas, lá está, porque carga de água os partidos iriam fazer leis e regulamentos para se auto-penalizarem?

Asssim sendo, com jeitinho o outodoor na Cruz de Ferro, com outros mais por aí, estará ali até à Páscoa ou até que os rigores do Inverno tomem conta da ocorrência.

Um acidente estranho...

Quando logo pela manhã abres a internet e aparece um anúncio teimoso a dar a "novidade" de que "mulher (de 73 anos) descobriu acidentalmente método estranho que ajuda a rejuvenescer o rosto", é de se ficar logo com o dia estragado.

Dar de caras com este anúncio é por si só um acidente matinal muito estranho. Mas na publicidade é de esperar tudo, até a estranheza nos acidentes.

14 de outubro de 2021

Caguei

Parece que para muitas cabecinhas pensadoras, o respeito e tolerância para com os gays, lésbicas e afins passa por ser como eles ou como um deles. Daí, no seguimento das aventuras do herói da banda-desenhada, o filho e sucessor de Clark Kent e de Lois Lane, o novo Super-Homem, Jon Kent, é bi-sexual, ou seja, é polivalente e numa das aventuras a publicar pela DC Comics o super-herói perde-se de amores pelo colega jornalista Jay Nakamura, um japonês de cabelo-cor-de-rosa chok.

É certo que os super-heróis, quase todos a usarem colants coloridos e justinhos ao corpo, sempre foram suspeitos quanto à sua orientação sexual, mas verdade seja dita, já não há paciência para estas merdices, que agora passam do mundo real para o da fantasia, e daí o simples e terreno desabafo: - Caguei! 

12 de outubro de 2021

Como um pneu furado...


Em 1 de Julho de 2021, portanto já há quase 3 meses e meio, demos aqui conta de uns buracos que teimavam em ser buracos, mesmo às portas de entrada de uma instalação industrial, concretamente na Rua de Trás-os-Lagos, aqui em Guisande, defronte das antigas instalações da Patrícios S.A.

Pois bem, como ninguém mexeu uma palha, passado todo este tempo, os buracos lá continuam, firmes e hirtos e naturalmente mais largos e mais fundos.

No fundo, não dos buracos mas da questão, está neste episódio um bocadinho da explicação e justificação da derrota de quem pretendia dar continuidade à Junta que a partir do próximo Sábado deixa de o ser.

Há coisas assim, pequeninas, aparentemente insignificantes, quase invisíveis, como um furo numa câmara-de-ar, mas que aos poucos deixa o pneu vazio  e o veículo sem condições de circular.

Como disse Johann Goethe, "- Quem não é fiel às pequenas coisas, jamais será nas grandes!"

10 de outubro de 2021

Paradoxos...

 


Quando se promete um novo parque de lazer e no entanto não se requalifica, não se cuida nem limpa do que existe.

8 de outubro de 2021

O lavadouro de Cimo de Vila


O lavadouro-fontenário de Cimo de Vila, aqui em Guisande, em certa medida é um exemplo concreto do desmazelo e laxismo a que foi votado por vários executivos de Junta, antes e pós União de Freguesias. 

É certo que este equipamento público já não tem a importância que teve noutros tempos e já serve a poucos utilizadores, mas teve muita importância e como tal tem uma história social e patrimonial, e mesmo uma memória colectiva que importa preservar. 

Como diria alguém, ainda sou do tempo em que o lavadouro estava diariamente ocupado por mulheres, tanto de Cimo de Vila como do Viso, a lavar roupa. A fonte, sempre de água fresca, abundante, generosa e imprescindível a muitas casas e famílias, num tempo em que não havia rede pública e os poços eram raros.

Para além de tudo, a água enchia a presa ao lado que por sua vez no Verão regava diariamente campos em grande parte poente do lugar de Cimo de Vila e ainda do Viso e Quintães. Tinha, por isso, consortes e alguns deles pagaram comparticipações às Juntas de então para ter acesso à água.

Mas depois os tempos mudaram e os hábitos também e por isso, face a uma menor utilização, o equipamento foi perdendo importância e literalmente esquecido por quem dele devia zelar com limpeza e manutenção regulares. 

A agravar o retrato triste, vieram as obras de construção da Auto Estrada e a generosa nascente que alimentava a fonte noite e dia, foi puramente destruída. Claro que não foi garantida alternativa nem qualquer justa indemnização por parte dos responsáveis pela obra, ou se houve não entrou no cofre da freguesia. 

Como alternativa a esta situação deplorável, porque lesiva dos interesses da freguesia e do bem público, a Junta de então, de forma espertalhona, fez uma ligação à rede que traz a água da nascente do Monte de Mó para o Monte do Viso, numa espécie de solução partilhada, mas com os inerentes problemas de distribuição quando em tempo de Verão e de maior seca a água é escassa e a ser reclamada em ambos os lados. Uma esperteza saloia que deveria ter sido mais esperta e acautelado de forma firme perante a empresa concessionária, exigindo-se a esta uma justa e natural indemnização, até para ressarcir os consortes.

Enfim, uma situação triste que desemboca, afinal de contas, no desmazelo e laxismo. Como cereja no topo do bolo, e apesar de vários e prévios avisos e alertas, que deram em nada, parece que a cobertura do lavadouro, construída pelos idos de 70/80,  está com alguns problemas estruturais, com sinais notórios de desgaste, que importa resolver.

A ver vamos se com a nova Junta de União de Freguesias que entretanto tomará posse, o equipamento possa ser alvo de obras de requalificação com alguma dignidade, até porque parece que o agora futuro presidente da Junta da União por ali esteve em campanha a inteirar-se da situação.

Espera-se, por isso, um novo ciclo com mais respeito pelas coisas do património público e colectivo. E há tanto para fazer e remendar.

7 de outubro de 2021

Costa, o viking


Lá pelos finais da década de 1970 os mais novos deliciavam-se na televisão, ainda a preto-e-branco, com a série de animação "Vikie, o Viking".

Vickie era um rapazinho alegre e inteligente, filho de Halvar, chefe de Flake, uma pequena aldeia  viking. Devido à sua astúcia e inteligência, o pequeno viking cedo começou a acompanhar o pai e os seus guerreiros em algumas das suas expedições e aventuras, apesar da opinião contrária da sua mãe, Ilda, no papel de mãe galinha, equilibrada e sensata.

Uma das características do Vickie era a solução que ele engendrava sempre que uma determinada situação se apresentava complexa e difícil para seu pai e seus vikings ou para a aldeia. Então ele pensava, pensava..., esfregava o nariz e a ideia surgia-lhe luminosa. Depois era só o tempo necessário para a mesma ser posta em prática e, pronto, tudo acabava em bem e o episódio tinha invariavelmente  um final feliz em que o bruto do Halvar quase sempre ficava com os louros apesar das suas trapalhadas.

Pois bem, todo este enredo e suspense à volta da negociação do Orçamento de Estado para 2022, pelo primeiro-ministro António Costa com os seus parceiros à esquerda, PCP e BE, é na realidade uma cópia fiel dos argumentos da referida série animada, e que já vai para o seu 7º episódio, sempre com a mesma prévia narrativa de dificuldades mas que depois no final tudo acaba em bem, isto é, com a aprovação do Orçamento, mesmo que com a abstenção dos parceiros, e depois como no final das aventuras do Vikie, o viking Costa distribui uns rebuçados e caramelos e os seus parceiros de boca doce  ficam todos felizes e com ares de terem cumprido os seus papéis.

Vamos, pois, esperar mais duas ou três semanas com a exibição deste cenário e a peça bem ensaiada para parecer dramática, até que o viking Costa esfregue o nariz e o plano maravilha faça o resto.

Rever, ainda agora, um episódio do Vikie é sempre divertido e a série até já teve versões renovadas com tecnologia 3D, mas, infelizmente, já sem a nossa inocência infantil, a coisa ainda está no início e já antecipamos o final feliz. Já não é a mesma coisa, e este filme animado do Orçamento de Estado também já não foge desse argumento esperado de tudo acabar em bem para os intervenientes, mesmo que não para o resto da malta, pois claro!

4 de outubro de 2021

Dois lados da coisa e quiçá N mais

Nada melhor como o dar palpites depois do jogo ou esgrimir o nosso ponto de vista como se fosse o único, o verdadeiro, o genuíno. O ponto de vista dos outros, de forma politicamente correcta temos que o aceitar como legítimo, mas é sempre o dos outros e como tal não é o nosso.

Esta introdução um pouco a propósito de diferentes leituras pós resultados eleitorais do passado dia 26 de Setembro e concretamente ao que fui lendo sobre o desfecho das eleições na união das freguesias vizinhas de Caldas de S. Jorge e Pigeiros.

Confesso que pessoalmente conhecendo a qualidade de cidadania de alguns dos elementos integrantes da lista do Partido Socialista, desde logo à cabeça o Eng.º António Cardoso bem como o Arquitecto Pedro Nuno, bem como o que foi lendo e ouvindo sobre a qualidade da sua campanha, fiquei com a convicção de que poderia saír vencedora, até porque, numa perspectiva de quem está de fora, sempre tive a percepção de que nos dois últimos mandatos a Junta teve uma actuação muito discreta e cinzenta, sobretudo de forma vincada em Pigeiros. Ora em Pigeiros os resultados não deixaram dúvidas sobre o julgamento da actuação do executivo PSD e a derrota foi estrondosa. Até mesmo para a Câmara Municipal, destoando de quase todas as demais freguesias. 

Já nas Caldas de S. Jorge, foi ao contrário e por força de uma maior população, o PSD renovou o mandato.

Assim, de uma leitura possível, a primeira, conclui-se que o povo das Caldas de S. Jorge está imensamente satisfeito com a actuação da Junta e as obras e melhoramentos têm sido importantes e em grande número. Será assim?  Se sim, o contentamento das Caldas sobrepôs-se ao descontentamento de Pigeiros. Nesta como noutras coisas, as minorias estão sempre amarfanhadas pelas maiorias. É a democracia, palerma, dirão! É verdade, mas aqui nesta diferenciação significativa de resultados, tal como em Guisande, percebe-se melhor que as uniões de freguesia de facto não defendem nem salvaguardam as freguesias mais pequenas. Inequívoco.

Em absurdo, mas em rigor, um executivo de uma União de Freguesias, pode dar-se ao luxo de esquecer e mesmo ostracizar as freguesias mais pequenas, como Pigeiros e Guisande, e dedicar-se apenas à maior e por isso com o significativo peso eleitoral e isso bastará para em eleições renovar mandatos. Ora, não tenhamos ilusões, este cenário tem sido aquele vivido relativamente a freguesias como Guisande, Pigeiros e Vale, entre outras filhas de deuses menores. 

No caso da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, esta realidade é incontornável, já que Lobão tem um peso eleitoral maior que todas as restantes três unidades juntas. Uma União de facto tão desajustada e desproporcionada nas suas partes que custa a crer que alguém tenha tido sido responsável por criar e viabilizar este aborto administrativo tão absurdo. Sinceramente, mesmo com as faladas mexidas que podem vir a sofrer as Uniões de Freguesias, de tão céptico já não acredito que tal venha a suceder, mas bastaria que Lobão pedisse o divórcio e saísse da equação para a coisa melhorar significativamente, porque a duas ou a três, Guisande, Louredo e Gião são mais equilibradas entre si e por isso menos afectadas pela gravidade de Lobão. Seria do mal o menos.

Outra interpretação para o diferencial na freguesia das termas, é que as populações das freguesias maiores, numa União, não gostam da ideia de verem como presidente uma figura associada à freguesia menor. Era o que faltava! De resto, igual ponto de vista pode ser percebido na União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, onde o candidato do PSD, embora com raízes na freguesia de Lobão, é inequivocamente uma figura de Gião e como tal foi derrotado. Não custa, pois, acreditar que este bairrismo e orgulho de quem se sente maior, tenha penalizado os referidos cabeças-de-lista. E isto é complicado para o futuro já que é muito difícil conseguir uma figura concensual e transversal a todas as freguesias sem que este bairrismo bacoco seja uma barreira intransponível. O tempo confirmará, ou não, esta teoria que me parece bem prática.

Posto isto, e para terminar este exercício, já longo, haverá uma outra justificação: O povo na sua maioria não gosta de mudanças e prefere manter o fraquinho certinho  de que votar no incerto. Ainda ontem, quando fazia uma volta de bicicleta por algumas ruas do concelho de Oliveira de Azeméis, para mim, entre os concelhos vizinhos, aquele com estradas mais reles e em piores condições, mas que feitas as contas renovaram os mandatos tanto as Juntas respectivas como a Câmara Municipal. Ou seja, mesmo com executivos fraquinhos e cinzentos e com défice de obras e melhoramentos, com estradas esburacadas durante largos anos, o povo eleitor na hora H segue o partidarismo e deixa de lado as ideias e a qualidade de quem se propõe fazer melhor.

Pobrezinhos, fraquinhos, mas honrados. Assim se explicam tantas e tantas renovações de vitórias, maiorias e mandatos e perpetuação da mediocridade por parte de um eleitorado que na sua maioria não se "enxerga" ou tem um baixo grau de exigência. 

Face a isto pouco há a fazer e vamos sendo, no geral, governados por zarolhos porque o povo, esse é "cego". Ora em terra de "cegos"...

30 de setembro de 2021

Porque o Calado não se calou...

Parece-me a mim que esta história do Governo pretender demitir o actual Chefe de Estado da Armada, o Almirante António Mendes Calado para em seu lugar nomear o tão popular Vice-Almirante Gouveia e Melo, é coisa de principiantes e de algum ou muito ressabiamento. 

Quererá o Governo de António Costa e o seu Ministro da Defesa despachar o Calado que não esteve calado ao criticar a reorganização da estrutura superior das Forças Armadas, e por outro lado premiar o papel do Gouveia e Melo indo a reboque e oportunismo da popularidade que grangeou na sua missão à frente da task-force da vacinação Covid-19.

Ora, o presidente da República também percebeu isso e parece não estar muito alinhado com os pressupostos da proposta do Governo e disse que a categoria do Vice-Almirante Gouveia e Melo não merece ficar associada a uma situação pouco clara e nos termos em que está sustentada.

A ver vamos, mas a borrada já foi feita pelo Governo e seja qual for o desfecho, não cheirará bem.


29 de setembro de 2021

Manitas...cá se fazem, cá se pagam

Há dias, passando os olhos pelo canal de televisão Correio da Manhã TV, num daqueles programas com adeptos fleumáticos onde pretensamente discutem o futebol, nomeadamente à volta dos chamados clubes grandes, vi o paineleiro adepto do F.C. do Porto com um sorriso alarve a provocar o seu colega de painel sportinguista, levantando uma mão aberta (manita) em referência à então recente derrota caseira do Sporting frente ao Ajax, na primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, por 5-1.

Pois, bem, como nestas coisas tudo se paga, e ironicamente por vezes mais depressa do que se pensa, presumo que já a partir de hoje quando o grupo de comentadores voltar a ter antena e se encontrar, o sportinguista vai retribuir certamente, porque mereceida, a provocação, levantando bem alto a mão aberta em memória curta da derrota de ontem do F.C. do Porto em casa frente ao Liverpool, também por 5-1

E obviamente que pela parte da concorrência, ou seja o Benfica, há que haver contenção, humildade e respeito porque mais logo à noite o adversário chama-se Barcelona e uma eventual manita ou coisa parecida pode muito bem acontecer.

Em resumo, nestas coisas é de bom tom alguma contenção e respeito. Fica bem não nos pormos a jeito para provar do mesmo veneno com que amiúde pretendemos brindar ou provocar os adversários.

Cá se fazem, cá se pagam!

Já agora, a talho de foice, o treinador do Porto, Sérgio Conceição, voltou a mostrar que não sabe perder. Claro que, num lugar comum aos treinadores da bola, assumiu  como sua a responsabilidade pela derrota, mas foi duro com a equipa, realçando a vergonha, dizendo mesmo que a equipa de juniores do clube teria feito melhor. Faltou dizer que porventura o treinador dos juniores também teria feito melhor. Mas, que vai fazer queixinhas ao presidente, porque a sua mensagem não está a passar. Claro que o presidente uma vez mais vai passar-lhe a mão pelo pelo (coisas da língua portuguesa) e tudo vai voltar ao normal, continuar o seu trabalho e o seu estilo inflamado e daqui a dias já está a elogiar a equipa.

Coisas da bola!

27 de setembro de 2021

Postas de pescada

Contra a generalidade das sondagens e mesmo dos críticos e analistas, Carlos Moedas, candidato da pela coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança à Câmara Municipal de Lisboa venceu as eleições, derrotando o grande favorito Fernando Medina que se recandidatava pela coligação PS/Livre.

No discurso de vitória, Moedas, afirmou ter vencido "contra tudo e contra todos", porque "a democracia não tem dono", agradeceu o "voto de confiança" e comprometeu-se a mudar a capital.

Por sua vez, Fernando Medina assumiu a derrota referindo que “Carlos Moedas ganhou e merece as felicitações. É uma indiscutível vitória pessoal e política do engenheiro Carlos Moedas, a quem já telefonei e expressei, de forma pessoa, as minha felicitações".

Em tudo isto, perderam as sondagens e os analistas. As sondagens porque teimam em confundir os eleitores e os analistas porque recorrentemente se esquecem de que quem elege é o povo e não os modelos  e algoritmos matemáticos.

O reverso da medalha, é que estas análises grosseiras não servem de exemplo nem de emenda e as sondagens vão continuar umas vezes a acertar e outras vezes a errar e os analistas vão igualmente continuar a mandar postas de pescada, tantas vezes sem fundamento e seguindo e servindo agendas políticas.

A democracia tem destes cancros.

26 de setembro de 2021

Uma festa bem carota

Nunca percebi o interesse dos diferentes canais de televisão em irem cheirar onde os dirigentes dos partidos e seus candidatos vão votar e para deles ouvir uma dúzia de lugares comuns como o incentivo à participação para baixar a abstenção, pois dela têm medo porque os enfraquece.

Melhor dito, eu percebo o interesse editorial da coisa, não percebo é que isso seja interessante e relevante para o cidadão comum.

Adiante. Entretanto nessas reportagens, registei que alguns dos dirigentes, candidatos e recandidatos, como Fernando Medina, em Lisboa, fizeram questão de dizer que as eleições autárquicas são "a festa da democracia".

Não sei qual é a ideia de festa do Medina, se engloba Zés Pereiras, cantores pimba, fanfarras, pistas de carrinhos, barracas de farturas, etc, mas sei que esta "festa" custa ao país e aos contribuintes qualquer coisita como a rondar os 50 milhões de euros. Somos assim, no que toca a festas, uns mãos-largas a gastar à tripa farra. Pois claro, a cidadania sobretudo dos partidos e de quem integra as mesas de voto, não é propriamente desinteressada e de louvável trabalho voluntário, porque isto de trabalhar para aquecer já teve melhores dias. 

A democracia é pois uma festarola bem carota e nisso é mesmo democrática, pois todos pagam mesmo os que nela não participam. Sem direito a um chupa-chupa, fartura ou churro polvilhado de canela.

22 de setembro de 2021

Dá jeito um furacão...

Vamos ser claros! Com a concretização das nefastas Uniões de Freguesias e com isso o aumento do território e população de cada  respectiva unidade administrativa, e no caso concreto com a nossa União a englobar quatro freguesias e uma população que já estará acima dos 10 mil habitantes (aguarda-se o resultado dos Censos 2021), deixou de ser possível realizar campanhas eleitorais casa-a-acasa, rosto-a-rosto. 

Recordo-me que há sete anos quando decidi integrar uma lista participante nas eleições intercalares de 2014, com todos os aspectos positivos e negativos daí decorrentes, optei por dialogar pessoalmente com cada pessoa, exprimindo e esclarecendo os meus pontos de vista e as expectativas que me moviam no sentido de nessa transição procurar defender melhor a parte guisandense no bolo. 

Apesar de, forma quase generalizada, ir recebendo indicações de que caso fosse eleito teria uma missão quase impossível, a verdade é que quase sozinho, sem procissões, sem andores nem figurantes, lá realizei a campanha da forma mais esclarecedora possível, que deu naturalmente os seus frutos, com a vitória ampla, reconhecida e conseguida, revertendo a anterior tendência de voto em que em duas eleições anteriores havia ganho um partido concorrente.

Depois, num mandato mais curto e com heranças pesadas em dívida que cortaram as pernas a algumas obras, e com um presidencialismo demasiado rígido e mesmo inadequado face ao que se pretendia e esperava para uma nova realidade de uma União a quatro, os resultados foram o que se sabe e deles uma enorme decepção pessoal pela incapacidade de reverter as coisas, porque apenas um elemento à luz da lei sem poder e  sem competências atribuídas, para além do muito trabalho voluntário. Basicamente um moço de recados. 

Com essa incapcidade de levar a cabo as obras e melhoramentos que haviam sido propostos em programa, e apesar do forte sentimento de dever cumprido em face das responsabilidades, naturalmente que não encontrei condições objectivas e de princípio para enfrentar uma recandidatura. Nestas coisas, ou cumprimos e honramos a palavra dada aos eleitores ou damos o lugar a outros, mesmo que a tendência geral seja fazer tábua rasa das promessas e compromissos assumidos e voltar à cena com cinismo de actor e como ares de que nada se passou. Há que ter princípios!

Mas dizia eu, esta realidade de fazer uma campanha individual e personalizada, foi chão que deu uvas e torna-se agora tarefa impossível. Assim, as actuais campanhas resumem-se a uma procissão de gente que muitas vezes nem tem nada a ver com as freguesias, actuando como figurantes a quem se paga um jantar no final, fazendo barulho e distribuindo brindes e uns infomails todos janotas e coloridos, com gente sorridente, estampados com uma dúzia de considerações vagas sobre o que se promete realizar. No fundo um copy/paste de anteriores programas, porque em rigor do muito que habitualmente se promete, pouco ou nada se concretiza.

Ora este tipo de campanha, tipo um tornado ou furacção que varre alguma das nossas ruas, mesmo em horas inadequadas, até é o indicado para alguns recandidatos com  "heranças infelizes e pouco nada produtivas", porque assim não têm necessidade de se justificar cara-a-cara, de esclarecer, de ver questionada a palavra de honra, mesmo que já ela pouco valha. Conveniente! 

É, pois, no geral, esta uma campanha que não esclarece, que não argumenta, mas não compromete, o que até se encaixa nas exigências gerais, já que muito do eleitorado olha para estas coisas dos partidos e da política como o seu clube de futebol, em que pode perder, fazer maus resultados, jogar mal, ter um deficiente plano de jogo, um péssimo treinador e jogadores fraquinhos, mas tem sempre o seu apoio e aplauso. E com isso, com esta dedicação e lealdade caninas, se perpetuam, tantas vezes, incompetentes políticos. No fundo as campanhas eleitorais, salvo raras excepções, são um exercício teatral onde importa o espectáculo, o show off e em que o argumento invariavelmente é uma ficção, um faz-de-conta, como diz o povo.

Para mal dos nossos pecados, sinais dos tempos!

19 de setembro de 2021

Se um desconhecido lhe oferecer um saco com canetas e propaganda... isso é Impulse


Quando num belo Domingo de final de Verão tu começaste a almoçar um delicioso polvo assado no forno e interrompem-te tocando efusivamente a campainha, e quando percebes que é o folclore de uma campanha eleitoral e ficas com os fígados a palpitar e  os sovacos a transpirar, isso é... impulse.

Relax! Keep calm!

10 de setembro de 2021

Flor-de-sal e massa-mãe


O Nóquinhas dos Anzóis continua a sua saga de publicar no Facebook tudo o que come. Pois bem, para fugir da habitual pescada cozida e ovos mexidos, a sugestão do chefe, para hoje, será de um arrozinho carolino de descascagem manual, levemente fumado em lume brando com pau de loureiro, com feijão manteiga de cultura biológica envolvido num estrugido de cebolinha vermelha castigada com flor de sal e aromatizado com azeite biológico da zona do Vale da Porca.

A dita nova cozinha portuguesa tem destas coisas e os ditos chefes aprimoram-se não só em reduzir as porções como em arranjar narrativas para descrever os ingredientes e a sua preparação e empratamento como que a convencer o auditório que acabaram de descobrir a pólvora ou reinventar a roda. 

Afinal andamos há décadas a comer arroz com feijão, lorpamente ignorantes da complexidade da coisa. Já agora, escusado será dizer que a panela de arroz na imagem acima, na versão de moderno chef(e) dará para servir uma dezena de comensais. Seis feijõezinhos por boca. O arroz, por ser mais miudinho e chato de contar, a olho, uns 100 grãozinhos. Coisa fina, que isso de comer muito e pagar pouco é coisa de labregos.

Coisas de flor-de-sal e de massa-mãe.

7 de setembro de 2021

Mobilidades - Acessibilidades

 



Acima, situações algures no lugar de Fornos. 

Logo no início do mandato em que integrei a Junta da União de Freguesias, em Janeiro de 2015 expus ao executivo um documento onde definia para Guisande um conjunto de obras, melhoramentos e iniciativas que a meu ver mereciam a intervenção e empenho da Junta durante o mandato, mesmo considerando que nem tudo seria possível executar devido à curta duração do mandato e aos constrangimentos orçamentais decorrentes dos compromissos herdados das anteriores Juntas, concretamente da Junta de Freguesia de Guisande.

Ora uma das acções prendia-se com a realização de alguns passeios públicos, incluindo a pavimentação de alguns que já estavam definidos com assentamento de guias bem como a requalificação de outros, nomeadamente na Rua de Fornos, de resto uma necessidade devido ao mau estado e mesmo correspondendo ao apelo de alguns moradores.. 

Certo é que apesar dessa minha intenção e insistência ao longo do mandato, de tudo quanto referenciei, pouco ou mesmo nada foi executado. Apenas a pavimentação de um troço de passeio na Rua S. Sebastião, no lugar do Outeiro e mesmo assim com relutância de quem presidia. 

O mandato terminou e outro, com outros intervenientes mas com a mesma presidência, se seguiu e já estão praticamente decorridos esses quatros anos, e daqui a poucos dias teremos novas eleições. 

Escusado será dizer que pelo menos em Guisande, da responsabilidade da Junta, nestes quatro anos volvidos nada se realizou nem melhorou e os ditos cujos passeios continuam na mesma, ou melhor dizendo, em pior estado, pois o tempo ajuda à degradação. E tanto se apregoa e regulamenta à volta da mobilidade e acessibilidades...

Pese esta situação de indiferença e desleixo do passado recente, os slogans eleitorais de fazer mais e melhor, com mais visão e melhor futuro estão na praça. É uma festa, em que todos participamos como inocentes  anjinhos numa comunhão solene! 

1 de setembro de 2021

Cagantoneiros...

Ontem, algures no lugar de Vila Seca, Louredo, enquanto fora do carro aguardava alguém com quem me ia encontrar, no lado oposto uma senhora varria a berma em frente à sua casa. Passando por ela uma outra senhora, comentou: - Então a varrer a valeta? - Respondeu a varredora: - Pois, os cantoneiros agora são uns badalhocos!

A vizinha, ripostou: - É verdade! São mais uns cagantoneiros! Mas toda a gente se tem queixado. Na minha rua e à minha porta é igual!

Não intervim na conversa, mas apeteceu-me dizer-lhe que, sendo verdade, e já todos constatamos esta "limpeza de faz de conta, apressada e superficial", uma autêntica badalhoquice, que nesta União de Freguesias, pelo menos nas três mais pequenas, tem sido democrática, porque se generaliza.

De resto, os cantoneiros ou "cagantoneiros" até serão os menos culpados. As culpas serão, obviamente, de quem os contrata e fiscaliza e determina os critérios do serviço, certamente na base do superficial quanto baste, porque mais rápido e mais barato. 

18 de agosto de 2021

Qual é a lei?

Há dias li no jornal "Correio da Feira" uma nota de comunicação do Bloco de Esquerda em que este denunciava uma intervenção "aberrante" da Indáqua em Fiães, referindo que  “A Indaqua Feira, como é prática comum da empresa, assume uma atitude de quase impunidade total perante a população de todo o Concelho. No início de julho, a empresa fez uma reparação relativa a uma fuga na Rua Luís de Camões, no centro da cidade de Fiães. Esta é uma rua bastante movimentada que dá acesso a uma das estradas mais centrais da freguesia. Após a reparação, a Indáqua Feira deixou a estrada num estado lastimável, criando um constrangimento enorme para a vida da freguesia e, acima de tudo, para a população daquela zona”. 

Eu não sei se as intervenções da Indáqua, sendo obviamente necessárias, são "aberrantes", tal como esta em Fiães,  como a classifica o BE, mas vêem-se por todo o lado e parecem ter algo em comum, o facto de quase nunca o pavimento das ruas ficar devidamente regularizado. Ora depressões, ora lombas, ora recortes rebaixados e com arestas salientes, não raras vezes em toda a largura da rua. Mas pior do que isso é perceber-se ou constatar-se que tais remendos ficam definitivamente por remendar. Em Guisande são dezenas desses bons "maus" exemplos.

Ora esta situação leva-nos a questionar, tal como o Bloco de Esquerda, qual a legislação ou regulamentação que legitima esta aparente impunidade da empresa concessionária das águas e esgotos no nosso concelho?

E a somar a estes remendos mal remendados provisoriamente definitivos, há ainda graves problemas por resolver no que diz respeito a abatimentos do piso das ruas decorrente da instalação das redes. Em Guisande, por exemplo na Rua dos Quatro Caminhos.

Pergunta-se, pois, qual a lei que legitima estes abusos e falta de respeito ao não reparar devidamente o que é estragado?  E qual tem sido a postura da Câmara Municipal perante estas situações? Actua, fiscaliza, multa, manda reparar e mete a conta? Se sim, não parece, ou não dói, porque as situações perpetuam-se.